Recentemente várias industrias tem explorado os chamados “pó de rocha” na agricultura. A firma Harvest Minerals possui em seu portifólio o adubo “pó de rocha” denominado KP-fértil que vem sendo utilizado em várias culturas. No trabalho resumidamente aqui apresentado comparou-se o referido adubo com o padrão utilizado no cerrado realizado com o termofosfato yoorin master 2 superfosfato simples e cloreto de potássio. O ensaio foi instalado no campo experimental Isidoro Bronzi – ACA – Araguari MG em solo latosoolo (LVA) declive de 3% 820 metros de altitude em abril de 2018. O desenho experimental foi de blocos ao acaso com dois tratamentos e vinte repetições em parcelas de 20 plantas sendo uteis as 10 centrais. Exceto pelas fontes de P-K os demais nutrientes bem como os tratos fitossanitários e culturais foram comuns a todos os tratamentos exceto os nutrientes contidos no termofosfato e superfosfato simples no plantio.
Resultados e conclusões:
Primeiramente os resultados contidos na Tabela 1 demonstram a visibilidade do KP fértil em substituir a nutrição padrão do plantio do cafeeiro. Os resultados biométricos aos 6 e 12 meses evidenciaram a igualdade nos tratamentos estudados. Também as análises foliares e de solo apresentam nas tabelas 2 e 3 resultados semelhantes entre os tratamentos para os macros e micros nutrientes e a fertilidade em geral na maioria dos parâmetros avaliados. Ressalta-se na biometria para o KP fértil maior desenvolvimento para diâmetro da copa comprimento de ramos e número de internódios o que poderá influenciar positivamente na primeira produção do cafeeiro. Nas análises foliares o P é igual para os dois tratamentos e o K inferior dentro do limite limiar também observado na análise de solo. O tratamento KP fértil apresenta maior necessidade de correção do solo com V% médio de 23 contra 35 do padrão contendo mais cálcio no termofosfato e superfosfato simples ira refletir nos teores maiores de acidez (H+Al) e consequentemente menores de Ca e Mg passiveis de correção com a próxima calagem na fase do 2º ano de formação.
Tabela 1. Biometria em altura do caule (cm) diâmetro do caule (mm) diâmetro da copa (cm) número de ramos comprimento dos ramos (cm) e número de internódios.
Tratamentos | Altura (cm) | Diâmetro do caule (mm) | Diâmetro da copa (cm) | Nº de ramos | Comp. dos ramos (cm) | Nº de internódios |
Padrão cerrado | 249 a | 0825 a | 3407 b | 50 a | 140 a | 515 a |
KP fértil | 280 a | 0775 a | 399 a | 507 a | 142 a | 520 a |
CV% | 1129 | 510 | 561 | 289 | 277 | 237 |
Tratamentos | Resultados biométricos aos 12 meses pós plantio | |||||
Padrão cerrado | 684 a | 173 a | 463 a | 232 a | 390 a | 107 a |
KP fértil | 689 a | 181 a | 521 a | 243 a | 439 a | 128 a |
CV% | 1434 | 155 | 1139 | 1681 | 2361 | 1950 |
*Padrão cerrado: 500 kg/ha yoorin master IIS + 200 kg/ha SFsimples (112 kg/ha P2O5) + 108 kg/ha cloreto de potássio (659 kg/ha K2O) – KP fértil: 3295 kg/ha (112 kg/ha P2O5) + (659 kg/ha K2O) *Resultados biométricos aos 6 meses pós plantio
Tabela 2. Análise foliar aos 12 meses após o plantio.
Tratametnos | g/kg* | mg/kg* | |||||||||
N | P | K | Ca | Mg | S | B | Cu | Fe | Mn | Zn | |
Padrão | 282 | 13 | 202 | 91 | 33 | 21 | 37 | 42 | 157 | 162 | 40 |
KP fertil | 270 | 14 | 176 | 101 | 39 | 22 | 39 | 53 | 162 | 210 | 25 |
*Análise foliar
Tabela 3. Análise de solo aos 12 meses após o plantio.
Parâmetro químico | Profundidade (cm) | Padrão cerrado | KP fértil |
pH (água) | 0-20 | 52 | 54 |
20-40 | 49 | 51 | |
P meh-1 | 0-20 | 1118 | 927 |
20-40 | 1782 | 1278 | |
K+ cmolc/dm³ | 0-20 | 016 | 016 |
20-40 | 013 | 017 | |
Ca++ cmolc/dm³ | 0-20 | 23 | 19 |
20-40 | 27 | 22 | |
Mg++ cmolc/dm³ | 0-20 | 038 | 042 |
20-40 | 028 | 045 | |
Al cmolc/dm³ | 0-20 | 041 | 050 |
20-40 | 090 | 060 | |
H+Al cmolc/dm³ | 0-20 | 56 | 83 |
20-40 | 55 | 87 | |
Mo dag/kg | 0-20 | 31 | 25 |
20-40 | 30 | 29 | |
V% | 0-20 | 33 | 22 |
20-40 | 37 | 24 | |
B | 0-20 | 071 | 062 |
20-40 | 098 | 053 | |
Cu | 0-20 | 41 | 37 |
20-40 | 42 | 38 | |
Mn | 0-20 | 30 | 30 |
20-40 | 48 | 38 | |
Zn | 0-20 | 50 | 48 |
20-40 | 70 | 60 |
Conclusão:
Até os 12 meses de formação do cafeeiro nas condições do ensaio o adubo KP fértil substitui o padrão utilizado na região de Araguari MG para o cerrado.
O ensaio terá continuidade até os 30 meses ocasião da primeira safra.
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Publicado no 45º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras