Santinato & Santinato Cafés
  • 09/11/2019

APLICAÇÕES SEQUENCIAIS DE REVOLUX NO CONTROLE DO BICHO MINEIRO

  • SANTINATO F. Engenheiro Agrônomo Doutor em Agronomia Pós Doutorando do Centro de Solos do IAC e Coordenador da Santinato Cafés Ltda.; Campinas SP.
  • GONÇALVES V.A. Engenheiro Agrônomo Gerente de Pesquisa da Santinato Cafés Ltda Rio Paranaíba MG;
  • SANTINATO R. Engenheiro Agrônomo Pesquisador e Consultor Santinato Cafés Ltda. Campinas SP;
  • JÚNIOR L.S. Acadêmico em Agronomia UNIPAM Gerente Campo Experimental de Patos de Minas SP
  • RODRIGUES F.M. Acadêmica em Agronomia UNIPAM Gerente Campo Experimental de Patos de Minas SP
  • ARCEDA E.U.D. Engenheiro Agrônomo Inter cambista Santinato Cafés Matagaipa Nicarágua.

O estudo foi realizado na Estação Experimental Santinato Cafés Ltda MG1 situada em Rio Paranaíba MG. As condições climáticas do presente estudo encontram-se na Figura 1. A lavoura utilizada foi um Catuaí Vermelho IAC 144 com 15 anos de idade vindo de carga elevada (mais de 70 sacas/ha) e atualmente com carga baixa (20 sacas/ha).

Os cafeeiros encontram-se com 3.5 m de altura e diâmetro de copa de 2.2 m plantados no espaçamento de 3.8 x 0.6 m no direcionamento Norte/Sul. Nestas condições instalou-se o experimento do presente relatório no mês de dezembro de 2018. Estudou-se 7 tratamentos delineados em blocos ao acaso com quatro repetições em parcelas de 10 plantas sendo úteis as seis plantas centrais para avaliações em 30 ramos do terço médio marcados por parcela utilizando-se fitas de coloração fosforescente.

As avaliações foram realizadas quinzenalmente a sim que as testemunhas atingiram valores considerados relevantes para a cultura do café com mais de 5% de folhas infestadas com sintomas bicho mineiro (folhas minadas). Em cada avaliação utilizou-se os ramos marcados perfazendo um total de 100 folhas avaliadas por parcela.

A incidência foi apresentada em porcentagem com base no número de folhas infectadas sobre o total avaliado. Também calculou-se a eficácia ao final do experimento segundo metodologia de Abbot. Os dados foram apresentados em tabelas e gráficos conforme a projeção da equipe de pesquisadores e foram analisados pela ANOVA e quando procedente pelo teste de Tukey ambos à 5% de probabilidade.

Resultados e conclusões:

               Os dados climáticos mostraram ocorrência de chuvas ao longo do verão de forma intensa com precipitações acima de 200 mm nos meses de outubro novembro e dezembro sendo interrompido por um veranico no mês de janeiro com poucas chuvas. O mês de fevereiro choveu consideravelmente e depois em março e abril as chuvas diminuíram mas ainda foram presentes. A ocorrência de chuvas com muita frequência contribuiu para que as infestações de bicho mineiro fossem consideradas moderadas e não elevadas como se é de costume nos experimentos que montados em nossas estações.

Por outro lado as temperaturas foram bem elevadas a partir de outubro com valores superiores a 21ºC em todos os meses o que favorece a ocorrência da praga. O primeiro ciclo estudado compreendeu os meses de janeiro e fevereiro. As infestações foram se elevando de 7 a 30 DAA1ª alcançando 6% de folhas minadas (detalhe que são avaliações ramos marcados e por isso os valores aparentam ser baixos em relação aos demais experimentos não podendo haver comparação entre si.

Porém pelas fotos evidencia-se moderada infestação). Aos 7 DAA1ª não houveram alterações relevantes entre os tratamentos. Aos 15 DAA1ª os tratamentos com produto de ação de choque (Revolux) em suas doses testadas (T2 T3 e T4) iniciaram o controle do contrário os demais testados que necessitaram de mais 15 dias para controlar efetivamente o bicho mineiro como se vê aos 30 DAA1ª. Nessa última avaliação do primeiro ciclo notou-se que os tratamentos se equipararam. No segundo ciclo entre fevereiro e março as infestação foram relativamente baixas em decorrência da retomada do fornecimento hídrico dado pelas chuvas registradas no período e anteriormente já discutidas. No terceiro ciclo as eficácias foram maiores que no primeiro ciclo devido as menores infestações mas também devido a repetição das aplicações que reduziram a pressão. Dentre os tratamentos estudados as maiores eficácias foram obtidas por Revolux em sua maior dose testada (0.3 L/ha) T4 e por Sivanto Prime (T7). Os padrões Altacor mesmo na maior dose (T5 e T6) ficaram em segundo plano com eficácias similares a da menor dose de Revolux testada (T2).

No segundo ciclo entre fevereiro e março as infestação foram relativamente baixas em decorrência da retomada do fornecimento hídrico dado pelas chuvas registradas no período e anteriormente já discutidas. No terceiro ciclo as eficácias foram maiores que no primeiro ciclo devido as menores infestações mas também devido a repetição das aplicações que reduziram a pressão. Dentre os tratamentos estudados as maiores eficácias foram obtidas por Revolux em sua maior dose testada (0.3 L/ha) T4 e por Sivanto Prime (T7). Os padrões Altacor mesmo na maior dose (T5 e T6) ficaram em segundo plano com eficácias similares a da menor dose de Revolux testada (T2).

Tabela 1. Infestação de bicho mineiro (folhas minadas) ao longo do período estudado. Resultados referentes a três aplicações Rio Paranaíba MG.

Tratamento Infestação de bicho mineiro – Folhas Minadas (%)
Dias após as aplicações
7 (1ª) 15 (1ª) 30 (1ª) 15 (2ª) 30 (2ª) 15 (3ª) 30 (3ª)
Testemunha 1.9 a 3.1 a 6.0 b 1.3 a 3.1 a 1.9 b 3.3 b
Revolux 02 L ha* 1.9 a 0.8 a 3.8 ab 1.5 a 2.1 a 0.4 a 1.5 a
Revolux 025 L ha* 1.7 a 2.3 a 2.7 a 0.8 a 2.3 a 0.0 a 0.8 a
Revolux 03 L ha* 1.5 a 1.7 a 3.1 ab 1.7 a 2.9 a 0.2 a 0.4 a
Altacor 90 g ha** 1.3 a 3.3 a 2.9 a 1.7 a 3.8 a 0.2 a 1.3 a
Sivanto 750 ml ha*** 2.1 a 3.8 a 2.5 a 0.2 a 1.9 a 0.0 a 0.4 a
CV (%) 64 61 37 59 36 100 57

*Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem de si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Destoando das avaliações de folhas minadas as avaliações de larvas vivas mostraram que o efeito dos produtos perdurou somente até os 15 DAA1ª visto que aos 30 DAA1ª houve aumento na quantidade de larvas vivas em praticamente todos os tratamentos exceto em T7 com Sivanto Prime que por ocasião teve baixa eficácia aso 15 DAA1ª por ter efeito mais demorado. As aplicações de Revolux resultaram em bom controle nas duas primeiras doses e por erro de digitação na terceira dose houve uma flutuação de dados corrigida posteriormente na planilha (T2 T3 e T4). No terceiro ciclo todos os tratamento tiveram ação satisfatória aos 15 e 30 DAA3ª com eficácias para Revolux na maior dose testada (0.3 L/ha) T4 e Altacor T5.

Infestação de bicho mineiro (larvas vivas) ao longo do período estudado. Resultados referentes a três aplicações Rio Paranaíba MG.

Figura 1. Infestação de bicho mineiro (larvas vivas) ao longo do período estudado. Resultados referentes a três aplicações Rio Paranaíba MG.

1 - Os resultados foram favoráveis para o controle de bicho mineiro utilizando o produto Revolux da Corteva principalmente na maior dose testada (0.3 L/ha) demonstrando controle igual ou superior aos demais padrões do mercado ficando ele como uma ótima opção para ser utilizado no manejo de pragas do cafeeiro.

Baixar artigo em PDF

Publicado no 45º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras

Compartilhe:

@ Todos os Direitos Reservados 2020, Santinato & Santinato Cafés