Santinato & Santinato Cafés
  • 09/11/2019

ESTUDO DE FERTILIZAÇÃO NO PLANTIO EM VÁRIAS PROFUNDIDADES E SEU EFEITO NA PRODUTIVIDADE E DO CAFEEIRO ARÁBICA EM SOLO LATOSSOLO (LVA) - CERRADO

  • SANTINATO R. Engenheiro Agrônomo MAPA/Procafé Campinas SP.;
  • SILVA R.O. Gerente técnico do Campo da Associação dos Cafeicultores de Araguari ACA Araguari MG;
  • SANTINATO F. Engenheiro Agrônomo Doutor em Agronomia Pós Doutorando do Centro de Solos do IAC e Coordenador da Santinato Cafés Ltda.; Campinas SP.
  • JÚNIOR L.S. Acadêmico em Agronomia UNIPAM Gerente Campo Experimental de Patos de Minas SP
  • RODRIGUES F.M. Acadêmica em Agronomia UNIPAM Gerente Campo Experimental de Patos de Minas SP
  • GONÇALVES V.A. Engenheiro Agrônomo Gerente de Pesquisa da Santinato Cafés Ltda Rio Paranaíba MG;
  • ARCEDA E.U.D. Engenheiro Agrônomo Inter cambista Santinato Cafés Matagaipa Nicarágua.

No plantio do cafeeiro mecanizado é recomendado fazer uma subsolagem seguida de gradagem e niveladora posteriormente abre-se um sulco o mais profundo possível 40 a 50 cm seguido da fertilização. Alguns produtores só realizam o sulcamento com 20 a 30 cm de profundidade para depois fazer a fertilização. Há alguns anos atrás surgiram máquinas para preparo de solo referente a profundidade do sulco para até 60 a 80 cm com fertilização praticamente dobrada. No presente trabalho instalado no Campo Experimental Izidoro Bronzi ACA – Araguari-MG estudou-se a profundidade do sulco de plantio com respectiva fertilização em profundidade.

As profundidades estudadas foram 20 a 30; 30 a 40; 50 a 60; 90 a 100 e 120 a 130 cm sendo fertilizado o sulco com 5 toneladas de esterco de galinhas + 500 kg de termofosfato Yoorin Master II S e 125 kg de cloreto de potássio. Desta forma as duas primeiras profundidades receberam fertilização igual. A de 50 a 60 cm foi dobrada 90 a 100 cm três vezes e 120 a 130 cm com quatro vezes conforme observa-se na Tabela 1.

Tabela 1. Fertilização de sulco de plantio teores orgânicos e químicos.

Tratamentos (Profundidades cm) Adubação - Fertilização
Esterco de galinha (t/ha) Termofosfato Yoorin (kg/ha) Cloreto de Potássio (kg/ha)
1 – 20 a 30 5 500 125
2 – 30 a 40 5 500 125
3 – 50 a 60 10 1000 250
4 – 90 a 100 15 1500 375
5 – 120 a 130 20 2000 500
Nutrientes (kg/ha)
Orgânicos Químicos
1 – 100 kg N+ 150 kg P2O5 + 50 kg K2O 1 – 80 kg P2O5 + 100 kg Ca + 45 kg Mg + 30 kg S + 05 kg B + 27 kg Zn + 06 kg Mn + 02 kg Cu
2 – 100 kg N+ 150 kg P2O5 + 50 kg K2O 2 – 80 kg P2O5 + 100 kg Ca + 45 kg Mg + 30 kg S + 05 kg B + 27 kg Zn + 06 kg Mn + 02 kg Cu
3 – 200 kg N+ 300 kg P2O5 + 100 kg K2O 3 – 160 kg P2O5 + 200 kg Ca + 90 kg Mg + 60 kg S + 1 kg B + 54 kg Zn + 12 kg Mn + 04 kg Cu
4 – 300 kg N+ 450 kg P2O5 + 150 kg K2O 4 – 240 kg P2O5 + 300 kg Ca + 135 kg Mg + 90 kg S + 15 kg B + 81 kg Zn + 18 kg Mn + 06 kg Cu
5 – 400 kg N+ 600 kg P2O5 + 200 kg K2O 5 – 320 kg P2O5 + 400 kg Ca + 180 kg Mg + 120 kg S + 2 kg B + 108 kg Zn + 24 kg Mn + 08 kg Cu

Na condução feitos nos tratamentos com retroescavadeira exceto o tratamento 1 feito com subsolador somente a 20 a 30 cm nos demais cada volume de terra correspondente a respectiva profundidade foi fertilizado as camadas e repostas nas profundidades estudadas. Assim tivemos no tratamento 5 4 camadas de aproximadamente 30 cm no tratamento 4 3 camadas no tratamento 3 2 camadas e no tratamento 2 1 camada.A cultivar utilizada foi o Catuaí Vermelho IAC 144 espaçamento 4 x 05 m (5000 plantas/ha) plantado em fevereiro de 2013 em solo latossolo (LVA) altitude de 820 metros conduzido sob irrigação por gotejamento. O desenho experimental foi de blocos ao acaso com quatro repetições e parcelas de doze plantas com bordaduras entre as plantas avaliadas com a erradicação manual das mesmas nos pós colheita.

Resultados e Discussão:

               A tabela 2 resume os resultados biométricos da ultima safra avaliada (julho de 2019) e a tabela 3 as produções e a média das cinco primeiras safras. Os resultados biométricos demonstram que os valores de altura da planta diâmetro do caule e diâmetro da copa tendem a maior desenvolvimento a partir da profundidade de 30 a 40 cm em relação ao padrão de 20 a 30 cm. Esses dados refletem o peso seco dos cafeeiros com aumento de 16% para a profundidade de 30 a 40 cm e de 16 a 24% nas demais sem diferenças entre as mesmas. Na tabela 3 as produções médias de cinco safras consecutivas demonstram significamente a superioridade de todas profundidades a partir de 30 a 40 cm com aumento de 16% em relação ao padrão de 20 a 30 cm e de 21 a 24% a partir de 50 a 60 cm de profundidade.

Tabela 2. Biometria e peso seco após 5ª safra altura diâmetro copa diâmetro do caule e peso seco de raízes caule ramos e folhas.

Tratamentos Biometria Peso seco kg/planta
Altura (cm) Diam. copa (cm) Diam. caule (cm) Comp. raízes Raízes Caule Ramos Folhas Total
1 – 20 a 30 cm 219 82 434 125 0480 1291 0813 0590 3174
2 – 30 a 40 cm 234 96 526 139 0571 1334 1039 0591 3535
3 – 50 a 60 cm 243 98 514 167 0686 1466 1115 0693 3960
4 – 90 a 100 cm 242 111 598 165 0718 1225 1104 0744 3791
5 – 120 a 130 cm 263 130 611 182 0698 1289 1186 0615 3788

Tabela 3. Produção 1ª a 5ª safra em sacas beneficiadas por hectare.

Tratamentos Safras sacas beneficiadas por hectare
Média %
1 – 20 a 30 cm 323 b 366 c 558 b 388 a 266 b 380 b 100
2 – 30 a 40 cm 353 ab 480 b 603 ab 404 a 365 ab 441 ab +16
3 – 50 a 60 cm 497 a 486 b 527 b 412 a 401 a 465 ab +22
4 – 90 a 100 cm 386 ab 540 ab 585 ab 429 a 410 a 470 ab +24
5 – 120 a 130 cm 370 ab 606 a 457 c 450 a 419 a 461 ab +21
CV % 193 673 599 318 1445 105  

Conclusão:

1 – O cafeeiro responde positivamente com crescimento e produtividade a partir de 30 a 40 cm de profundidade do sulco com fertilização normal.

2 – Não se obteve respostas positivas para produção com profundidade de 50 a 60; 90 a 100 e 120 a 130 cm respectivamente com o dobro triplo e quadruplo da fertilização.

3 – Provavelmente os efeitos não foram significativos e positivos com maiores profundidades em função do sistema radicular do cafeeiro tem sua força de absorção 0-30 cm em 90% do sistema radicular semelhante a todas profundidades 30 a 40 cm.

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Publicado no 45º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras

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