Santinato & Santinato Cafés
  • 04/01/2020

NUTRIENTES CICLADOS PELAS PODAS DO CAFEEIRO

  • SANTINATO F Engenheiro Agrônomo Dr Pós Doutorando do Centro de Solos IAC Campinas SP;
  • CANTARELLA H. Engenheiro Agrônomo Dr. Diretor do Centro de Solos IAC Campinas SP;
  • SANTINATO R. Engenheiro Agrônomo Pesquisador e Consultor Santinato Cafés Ltda. Campinas SP;
  • ECKHARDT C F. Engenheiro Agrônomo Gerente Pesquisa Santinato Cafés Ltda São João da Boa Vista SP;
  • GONÇALVES V.A. Engenheiro Agrônomo Pesquisador Santinato Cafés Ltda Rio Paranaíba MG;
  • SILVA C.D. Engenheiro Agrônomo Mestrando UFV Rio Paranaíba MG;
  • ARCEDA E.U.D. Engenheiro Agrônomo Inter cambista Santinato Cafés Matagaipa Nicarágua.

Garcia et al. (1987) realizaram um estudo mensurando a ciclagem de nutrientes oriundos de podas do cafeeiro. Naquela ocasião as podas eram as mais tradicionais mais severas e os espaçamentos de plantio com densidade populacional menor que a atual. Atualmente a cafeicultura moderna conta com espaçamento largo entre linhas e adensado entre plantas chamado de renque mecanizado com populações da ordem de 5.000 plantas/ha. As podas também são mais frequentes no entanto menos drásticas em que se remove somente a ponta dos ramos laterais e do tronco. Diante disto torna-se necessário conhecer a quantidade de nutrientes ciclados através das podas do cafeeiro no contexto atual.

O estudo foi realizado no município de Araxá MG em lavoura de Catuaí Vermelho plantada no espaçamento de 40 x 05 sequeiro com 10 anos de idade e aspecto vegetativo depauperado. Estudou-se seis tratamentos como descritos nas tabelas a seguir com cinco repetições. A planta foi segmentada e as matérias secas foram mensuradas. Os teores nutricionais foram posteriormente analisadas no laboratório IBRA Campinas SP.

As tabelas a seguir mostram as quantidades de matéria seca produzidas pelas podas de forma que quanto mais severa a poda maior foi a quantidade de MS. Apesar de em maior quantidade a MS dos ramos ciclou menor quantidade de nutrientes que as folhas devido aos maiores teores nutricionais das folhas. Além do que as folhas se decompõe mais rápido disponibilizando os nutrientes com maior rapidez. Vale ressaltar que pode-se somar os resultados referentes aos esqueletamentos com o de decote pois comumente se faz as duas podas conjuntamente. Com relação à remoção total dos ramos as quantidades foram muito superiores mas não se faz esse tipo de poda comumente. Com relação à recepa as quantidades são ainda maiores porém por enquanto são poucas as propriedades que alugam uma máquina (recém lançada) que consegue trinchar completamente os pés de café recepados produzindo esta quantidade de matéria seca e consequentemente ciclando tais nutrientes.

Tabela 1. Matéria seca do tronco ramos e folhas em função de tipos de poda Araxá Minas Gerais Brazil (kg ha-1).

Tipo de poda Matéria seca
Tronco Ramos Folhas Total  
kg ha-1
T1 – Decote à 26m 500±369 1.900±418 850±390 3.250±925
T2 – Desponte lateral longe do tronco à 90 cm 0 400±285 450±292 900±555
T3 – Esqueletamento à 60 cm do tronco 0 3.250±1.808 2.000±1.297 5.250±3.080
T4 – Esqueletamento próximo do tronco à 30 cm 0 5.100±1.623 3.600±2.032 8.700±2.024
T5 – Remoção total dos ramos laterais 0 15.350±2.514 6.100±1.245 21.400±2.226
T6 – Recepa 13.450±1.352 17.250±2.777 6.900±1.038 37.600±2.987

Tabela 2. Nitrogênio ciclado pelas podas do cafeeiro em Araxá Minas Gerais Brasil (kg ha-1).

Tipo de poda N
Tronco Ramos Folhas Total
kg ha-1
T1 – Decote à 26m 5±31 20±41 25±112 45±155
T2 – Desponte lateral longe do tronco à 90 cm 0 5±28 15±84 15±109
T3 – Esqueletamento à 60 cm do tronco 0 30±179 55±372 90±547
T4 – Esqueletamento próximo do tronco à 30 cm 0 50±161 105±583 155±5.9
T5 – Remoção total dos ramos laterais 0 150±249 175±357 325±327
T6 – Recepa 115±113 170±275 200±298 480±268

Tabela 3. Potássio ciclado pelas podas do cafeeiro em Araxá Minas Gerais Brasil (kg ha-1).

Tipo de poda K
Tronco Ramos Folhas Total
kg ha-1
T1 – Decote à 26m 2.1±16 105±23 239±111 365±132
T2 – Desponte lateral longe do tronco à 90 cm 0 23±16 13±83 154±96
T3 – Esqueletamento à 60 cm do tronco 0 181±101 561±367 743±466
T4 – Esqueletamento próximo do tronco à 30 cm 0 285±91 1023±575 1308±545
T5 – Remoção total dos ramos laterais 0 859±141 1719±352 2578±313
T6 – Recepa 565±57 965±155 1958±294 3488±223

Conclusões:

1 – Os esqueletamentos podem ciclar de 15 a 155 kg/ha de N e 154 a 1308 kg/ha de K que quando somados ao decote à 26 m de altura ciclam de 60 a 200 kg/ha de N e 52 a 185 kg/ha de K sendo os menores valores atribuídos às podas minimamente drásticas (desponte lateral).

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