Santinato & Santinato Cafés
  • 04/01/2020

TAXA DE APROVEITAMENTO DE NITROGÊNIO EM CAFEEIROS CULTIVADOS COM MANEJO INTENSIVO NOS CERRADOS BRASILEIROS

  • SANTINATO F. Engenheiro Agrônomo Dr. Pós Doutorando do Centro de Solos IAC Campinas SP;
  • CANTARELLA H. Engenheiro Agrônomo Dr. Diretor do Centro de Solos IAC Campinas SP;
  • SANTINATO R. Engenheiro Agrônomo Pesquisador e Consultor Santinato Cafés Ltda. Campinas SP;
  • ECKHARDT C F. Engenheiro Agrônomo Gerente Pesquisa Santinato Cafés Ltda São João da Boa Vista SP;
  • GONÇALVES V.A. Engenheiro Agrônomo Pesquisador Santinato Cafés Ltda Rio Paranaíba MG;
  • SILVA C.D. Engenheiro Agrônomo Mestrando UFV Rio Paranaíba MG
  • ARCEDA E.U.D. Engenheiro Agrônomo Inter cambista Santinato Cafés Matagaipa Nicarágua.

É importante sabermos as taxas de exportações de nutrientes nas culturas para garantirmos a soberania nacional de nossos produtos agrícolas bem como argumentação com o mercado interno e principalmente o externo além do que tais dados podem fundamentar possível melhorias nos sistemas de cultivo. Supõe-se com dados gerais de balanço de nutrientes que a eficiência no aproveitamento do N no cafeeiro é baixa e por conta disto deve-se fazer investigações a fim de se obter dados concretos para confirmar tal hipótese. Com o presente trabalho objetiva-se obter dados de múltiplas safras de lavouras cultivadas em localidades que apresentem diferenças como tipo de solo manejo de matéria orgânica irrigação e condições climáticas para calcular as reais taxas de exportação de nitrogênio na cafeicultura.

Os dados foram obtidos em duas regiões cafeeiras Cerrado de Goiás e Cerrado Mineiro nos municípios de Catalão GO e Carmo do Paranaíba MG. Obteve-se dados de duas décadas através de consultoria assistida nas propriedades totalizando 330 e 446 dados correspondendo a um total de 3.700 ha de café plantado. Cada dado representa um talhão da lavoura em cada safra. Em cada dado obteve-se a quantidade de nitrogênio utilizada e a quantidade de café produzida. Considerando teores de N nos grãos e na palha do café de 002365 e 001935 kg/kg obteve-se a quantidade de N exportado para o grão e para o fruto inteiro (grão mais palha) possibilitando o cálculo da taxa de exportação do N. Os dados foram agrupados com no mínimo quatro safras com a finalidade de diluir o efeito da bienalidade do cafeeiro além de serem excluídos os dados de primeira safra pois é referente à fase de formação do cafeeiro.

Tabela. Taxa de exportação de N para o grão e grão + palha na ausência e presença de esterco de galinha e palha de café em duas regiões do Cerrado irrigadas e não irrigadas Brasil.

Parâmetros Taxa de exportação de N
Fase adulta Café %
1 Grão 216
Grão + Palha 392
2 Grão 215
Grão + Palha 391
3 Grão 171
Grão + Palha 311
Fator 1 Fator 2 Fase    
Região Catalão GO 1 Grão 240
Grão + Palha 437
2 Grão 273
Grão + Palha 497
Carmo do Paranaíba MG 1 Grão 210
Grão + Palha 383
2 Grão 301
Grão + Palha 548
Esterco de galinha Com 1 Grão 233
Grão + Palha 423
2 Grão 270
Grão + Palha 490
Sem 1 Grão 204
Grão + Palha 370
2 Grão 280
Grão + Palha 510
Palha de café Com 1 Grão 207
Grão + Palha 377
2 Grão 247
Grão + Palha 449
Sem 1 Grão 216
Grão + Palha 394
2 Grão 267
Grão + Palha 593

*Dados referentes à 756 amostras em duas regiões irrigadas e não irrigadas Brasil.

A quantidade de N médio utilizado na localidade de Catalão GO foi 544% superior à de Carmo do Paranaíba MG produzindo 2722% a mais. As exportações para de N para o grão palha e grão mais palha foram 273% superiores na região de Catalão GO. Essa superioridade se deve notadamente ao fator irrigação e às maiores temperaturas que promovem maior crescimento do cafeeiro e consequentemente maior produtividade.

Nas três fases adultas do cafeeiro houve correlação linear entre a produção média e o N médio aplicado demonstrando que nas áreas avaliadas a resposta do cafeeiro à adubação nitrogenada foi linear. As taxas de exportação de nitrogênio foram de 216 215 e 171% respectivamente para as fases 1 2 e 3.

As taxas de exportações médias foram consideradas satisfatórias quando comparados à outras culturas (CUNHA et al. 2014; OENEMA et al. 2014). Isso sem considerar que o cafeeiro produz o grão de café como produto final e a palha que pode ser retornada para o sistema e esta com taxa de exportação muito semelhante ao grão que se somados atingem cerca de 40%.

Conclusões:

1 – A taxa de exportação de N do cafeeiro cultivado em manejo intensivo é elevada da ordem de 20% e caso considerada à palha de café como produção alcança à taxa de 40% sendo assim o cafeeiro cultivado em tais condições é considerado eficiente no aproveitamento do nutriente obtendo elevadas produtividades (500 sacas bem./ha) com doses médias de 410 kg/ha.

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