Santinato & Santinato Cafés
  • 01/02/2020

ADUBAÇÃO ORGÂNICA COM ESTERCO DE GALINHA

SEPARATA TÉCNICA 02-2017 – ACA

  • R. Santinato
  • R.O. Silva
  • A. Fernandes
  • F. Santinato
  • E. Mosca

Embora a adubação do cafeeiro possa ser feita quimicamente desde que os macros N-P-K-Ca-Mg e S e os micronutrientes Zn-B-Cu-Mn-Fe estejam em equilíbrio e prontamente disponíveis ao cafeeiro a sua associação com a matéria orgânica é altamente benéfica por melhorar a fertilidade física química e biológica do solo.

            Na fertilidade física a matéria orgânica no caso a esterco de galinha irá proporcionar maior granulação maior plasticidade menor coesão ficando o solo mais arejado (+ O2) mais permeável (+ drenagem) mais umidade (+ retenção) e manter a temperatura mais estável.

            Na fertilidade química a matéria orgânica  por possuir capacidade de troca elevada de cátions (Ca Mg K etc) cerca de 100 a 300 mg/100 g contra 4 a 6 dos solos de cerrado e também pela alta capacidade de retenção e condicionar a formação de complexos orgânicos e quelação promove: 1.aumento da CTC em pH > 55 (água) 2.assimilação do fósforo mesmo na presença de alumínio manganês e ferro livres no solo 3.aumento geral dos nutrientes disponíveis de forma lenta e gradual pela presença dos cátions Ca Mg e K facilmente permutáveis N P S e B mantidos na forma orgânica e Zn Cu Mn e Fe quelatizados e boro complexado. Ainda melhora a eficiência dos adubos químicos formando organo-minerais que evitam a salinização condicionante da acidez e a diminuição do Ca e Mg.

            Por fim a biológica por ser a fonte e matéria orgânica dos componentes necessários à energia e aos crescimento das atividades dos microorganismos do solo mineralizam o NPS(B) e auxiliam no controle das pragas de solo como os nematóides.

RESULTADOS DAS PESQUISAS DA ACA EM QUATRO SAFRAS SUCESSIVAS 2009 a 2014 COM O ESTERCO DE GALINHA (BIOFERTIL)

            O esterco de galinha é considerado a melhor fonte para adubação orgânica do cafeeiro por apresentar teores mais elevados que as palhas e estercos de bovinos e suínos em N P K etc além de uma relação C/N (Carbono/Nitrogênio) normalmente inferior à 10 – 15 condicionante de rápido aproveitamento pela plantas. Em média os estercos de galinha apresentam composição em torno de 17 a 28 % N (17 a 28 kg N/t) 22 a 37% P2O5 (22 a 30 kg P2O5/t) e 12 a 17% de K2O (12 a 17 kg K2O/t) além de enxofre boro e outros micronutrientes em teores variáveis.

  1. No trabalho da ACA estudou-se os tratamentos a seguir:

      1 – Adubação química sem esterco de galinha – média de 4 anos com: 407 kg N; 81 kg de P2O5 e 387 kg de K2O (AQ)

      2 – 25 t/ha de esterco de galinha mais adubação química reduzida 364 kg de N 24 kg de P2O5 e 355 kg de K2O (AQR1)

      3 – 50 t/ha de esterco de galinha mais adubação química reduzida 322 kg de N nada de P2O5 e 323 kg de K2O (AQR2)

      4 – 100 t/ha de esterco de galinha mais adubação química reduzida 237 kg de N nada de P2O5 e 259 kg de K2O (AQR3)

      5 – 200 t/ha de esterco de galinha mais adubação química reduzida 67 kg de N nada de P2O5 e 131 kg de K2O (AQR4)

As condições de estudo foram:

            a) O desenho experimental de blocos ao acaso com 4 repetições em parcelas de 30 plantas sendo úteis as 6 centrais. Os dados obtidos de produção foram analisados por ANOVA e quando procedentes pelo teste Tukey à 5% de probabilidade.

         b) O cultivar utilizado foi o Catuaí Vermelho IAC 51 espaçado 370 x 07 m com 8/9 anos.

         c) Todos os demais tratos nutricionais fitossanitários e culturais seguiram as recomendações vigentes para a região do MAPA Procafé.

RESULTADOS OBTIDOS

            Após 4 safras consecutivas o gráfico abaixo demonstra os resultados de produção evidenciando que todas combinações de E. galinha notadamente o de 5 e 10 t/ha foram eficientes em substituir ou permitiram a redução da adubação química sendo na prática o de 5 t/ha mais viável economicamente.

Observou-se que com o uso contínuo nos quatro anos do E. de galinha ocorreram alterações benéficas na fertilidade do solo: 1 – elevação do pH tornando o solo menos ácido; 2 – aumento do teor de matéria orgânica a partir de 5 t/ha ;  3 – elevação do teor de P também a partir de 5 t/ha; 4 – elevação do teor de Boro e sem alteração para demais parâmetros.

RECOMENDAÇÕES AO PRODUTOR

         1º– Recomenda-se aos produtores de café a aplicação de 5 t/ha de E. de galinha;

         2º – A aplicação feita preferencialmente após a calagem (se for realizada) e em cobertura na faixa de adubação 70 a 80 cm de cada lada da linha de café;

         3º – Usar esterco de galinha de boa qualidade se necessário fazer o teste da densidade com vasilha e água:

  1. Encher até a metade de um vasilhame de vidro transparente
  2. Colocar esterco até completar e agitar bem
  3. Deixar descansar pelo menos 12 horas e observar se tem:

c.1) Palha na superfície da água

c.2) Sólidos no fundo que pode ser areia fosfato natural gesso calcário pó de brita etc.

         4 – Fazer análise do esterco de NPK e Umidade que normalmente tem de 20 a 25 % de umidade acima disso está comprando água: Em média pode-se reduzir com 5 t/ha de esterco de galinha 100 kg N (500 kg S. Amônio) + 150 kg de P2O5 (750 kg de S.F.Simples) e + 50 kg de K2O (85 kg de Cloreto de Potássio) além do enxofre total e em média 1kg de Boro (4 kg de ácido bórico)

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