Santinato & Santinato Cafés
  • 24/07/2020

Cafeicultores da região do Sudoeste Baiano

Gostaria de parabenizar os guerreiros cafeicultores da região do Sudoeste Baiano municípios que fomos de Barra do choça Inhobim Poções Mata Verde. Apesar de uma serie de dificuldades vividas nos últimos anos como 8 anos de deficit de chuvas e restrições na irrigação nos meses de granação persistem batalhando e mantendo sua cafeicultura de pé.

Algumas observações e grandes difirenças com a cafeicultura tradicional do sudeste:

A regiao sofre influencia do atlantico de forma que o clima fica extremamente variavel ano a ano.
Os índices pluviometricos sao muito diferentes em fazendas proximas umas das outras. Quanto mais distante de Vitoria da Conquista em direçao ao Oceano maiores sao as chances de boas chuvas.
As floradas sao tardias novembro e dezembro e a colheita se inicia em meados de agosto indo ate dezembro. Detalhe que a colheita ocorre com chuvas e umidade relativa do ar elevada o que exige boa estrutura de secagem (secadores centrifoga estufas e etc.) ou ainda o transporte do cafe colhido para zonas de caatinga aonde eles constroem seus terreiros (algumas ficam a 60 70 km das lavouras).
O recolhimento do cafe de chao muitas vezes e feito com o solo umido dificultando mais ainda o processo.
Toda essa umidade gera uma pressao de phoma mancha antracnose ferrugem e cercospora sem igual o que demanda 3 ou 4 pulverizacoes para phoma ao inves de 2 (tradicional) sendo este um novo motivo de estudos que vamos implantar na região.

O balanço hidrico é completamente diferente do tradicional nao havendo o periodo seco na epoca da dormencia das gemas. O periodo seco ocorre em janeiro e fevereiro (variavel) epoca em que nao pode faltar agua para o cafeeiro (granação) do contrario a perda de renda e fatal.
Os solos sao altamente ferteis com CTC elevadas superiores a 120 teores de M.O acima de 5 7% em muitos casos e por conta disso e do clima ameno os niveis de NK utilizados podem ser baixos.
A presença de nematoides foi verificada em quase todas as propriedades visitadas.

A umidade do ar elevada apesar de aumentar a incidencia de doenças traz um beneficio particular pouco estudado e considerado na cafeicultura. As plantas sentem menos o exaurimento da colheita e saem dela menos depauperada o que pode reduzir a bienalidade e sua longevidade como vimos em lavouras de 50 anos de idade em Mata Verde. Desconsiderando a phoma e antracnose o pegamento floral tambem e maior devido a essa umidade diferentemente das regioes de inverno seco. Basta ver a umidade relativa de Jimma na etiopia aonde originou se o coffee arabica.

Essa umidade maior que o normal também ocorre em Machado Mineiro município próximo (130 km) porem completamente diferente. Neste tem se o período de colheita igual ao sudeste temperatura elevada que gera grande crescimento de ramos porem do contrario de outros municípios quentes por sofrer influencia do Atlântico tem umidade e maior pegamento na florada. Isso explica o sucesso de algumas lavouras bem conduzidas que obtiveram nas duas primeiras safras 90 sacas 90 sacas de novo e sairão bem enfolhadas para uma boa safra na terceira!

Localidades quentes quanto porem com baixa umidade relativa do ar principalmente perto da florada tem tido reduções em suas produtividades nos últimos anos. Fica o desafio agora encontrarmos cultivares que resistam mais ao calor e baixas umidades pois o experimento de resistências a seca e nematoides montamos em Barra do Choça

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