O bicho mineiro é a praga de maior importância na
cafeicultura. Sua ocorrência está diretamente ligada às condições climáticas.
Regiões de clima frio (temperatura média <19º) normalmente apresentam baixa
infestação sendo em algumas situações até mesmo convivíeis e/ou controlados
com inseticidas de baixa eficácia e/ou controle natural. Do contrário em
regiões de clima mais quente e seco nos meses de inverno em que as
infestações ocorrem o ano todo tendo reduções nos períodos chuvosos e super
populações nos meses secos tais como abril maio junho e julho.
No Cerrado de Minas Gerais em
diversos municípios em que as temperaturas médias são de 195 a 215ºC e a
ocorrência de chuvas nos meses de inverno é pouco presente de forma que a
pressão do bicho mineiro é elevada. Em regiões ainda mais quentes tais como
Norte de Minas Oeste da Bahia e Goiás as pressões são ainda maiores. Isso se
deve à redução do tempo de ciclo da praga com o aumento da temperatura (Parra
et al.) ou seja em temperaturas elevadas o bicho mineiro se multiplica cada
vez mais rapidamente e as re infestações são mais frequentes. Isso explica o
fato do número elevado e progressivo de pulverizações que se deve fazer nessas
condições mencionadas caso o controle preventivo não tenha sido feito e/ou o
manejo das pragas não tenha sido eficiente.
Outro ponto muito importante é
devido ao desequilíbrio em decorrência da utilização de produtos não seletivos.
A curto prazo os produtos reduzem a infestação porém devido a redução dos inimigos
naturais as pressões se tornam cada vez maiores e com acréscimo todos os anos
quando se faz o uso deste tipo de produto várias vezes seguidas por vários
anos como é o caso de organofosforados. Muitas vezes tais produtos nem foram
posicionados para o controle de bicho mineiro e sim de brocas ou cochonilhas
porém os efeitos se extrapolam para os inimigos naturais do bicho mineiro.
Para pulverização o mercado dispõe
de uma vasta gama de produtos aqui separados como de dois tipos: os do tipo
“choque” com ação efetiva em mariposas e/ou larvicidas geralmente de
contato quase que sempre de período de controle curto e os do tipo
“elaborados” com ação mais efetiva em larvas com ação interna na folhas
geralmente com período de controle bem superior aos de choque porém com
velocidade de ação mais devagar. Vale ressaltar que nas condições de elevada
pressão somente as pulverizações quase que sempre não são suficientes para
evitar a proliferação da praga devendo ser aplicados inseticidas preventivos
via solo.
Na rede de ensaios instalados na
safra 2019/2020 pela Santinato Cafés em Patos de Minas abdicou-se da aplicação
de inseticidas preventivos via solo e permitiu-se que a infestação alcançasse
valores de 20% de folhas minadas e 15% de larvas vivas (valores muito altos). A
ideia geral da rede de ensaios é conhecer as melhores opções atuais para o
controle da praga avaliando o seu potencial de controle. Vale ressaltar que as
melhores opções podem ser ainda a mistura de um tratamento de um trabalho com o
de outro o que faremos nos próximos ensaios. Aqui verificou-se o efeito
isolado de cada tratamento.
Material e métodos:
O experimento foi realizado no município de Patos de
Minas MG região do Cerrado mineiro à uma altitude de 890 m. Utilizou-se uma
lavoura de café irrigada via gotejamento cultivar Catuaí Vermelho IAC 144 de
6 anos de idade espaçada em 40 x 05 m (5.000 plantas/ha). As aplicações
foram realizadas em 28/abril de 2020 e com repetição em 8/maio e 10/junho. As
aplicações foram feitas utilizando pulverizador costal manual com vazão de
500 L/ha.
Os tratamentos de todos os
experimentos foram delineados em blocos ao acaso com cinco repetições em
parcelas de 10 plantas sendo uteis as seis centrais. Os tratamentos estudados
foram:
No ensaio principal foram realizadas
6 avaliações aos 0; 10; 36; 43; 57 e 66 DAA1ª
ou 0; 26; 33; 47 e 56 DAA2ª ou 0; 14 e 23 DAA3ª. Os demais ensaios tiveram
quatro avaliações em épocas diferentes. Foram avaliados folhas minadas larvas
viva larvas mortas e pupas. Os parâmetros avaliados foram analisados em dados
brutos plotados no gráfico em função do tempo teste estatístico e eficácia. O
teste estatístico adotado foi o Tukey à 5% de probabilidade.
Resultados:
Competição de inseticidas “elaborados”:
*Doses em ml ou g.
Devido
a alta infestação inicial com mais de 20% de folhas minadas os índices
mantiveram-se sempre elevados ao longo de todo o período de estudo.
Pode-se
perceber atuação destacada para folhas minadas dos tratamentos Revolux e
Benevia em relação aos demais aos 36 DAA1ª e de Revolux aos 43; 57 e 66 DAA1ª.
Vale ressaltar que a dose utilizada de Revolux foi acima da recomendada pelo
fabricante.
Com
relação ao parâmetro definidor de controle larvas vivas a maior mortalidade e
manutenção de controle até o final do experimento foi obtida por Benevia
aplicado 3 vezes aos 0; 10 e 43 DAA1ª.
Com
menor período de controle porém até mais eficazes que o Benevia ficaram os
tratamentos Revolux Sivanto e Altacor vide a avaliação dos 57 DAA1ª e de
Revolux Durivo e Voliam Targo aos 43 DAA1ª.
De
qualquer forma quaisquer desses produtos aplicados isoladamente mesmo que
repetidos em três vezes não foram tratamentos eficazes à serem recomendados
na cafeicultura devendo ser conciliados com outras estratégias como veremos
adiante. Lembrando que as condições do presente estudo eram de grave infestação
e que quando aplicados precocemente antes dos picos de infestação obviamente
os resultados são melhores.
OBS:
Estes inseticidas devem ser utilizados no programa integrado de manejo de bicho
mineiro e de outras pragas também normalmente sendo aplicados quando as
infestações ainda estão baixas geralmente no término dos meses chuvosos
geralmente em fevereiro e março na região sudeste do Brasil. No caso os
inseticidas foram aplicados em condição de pressão já descontrolada justamente
para verificar o potencial de cada um dos tratamentos. Tais inseticidas do
tipo “elaborado” requerem umidade relativa do ar favorável turgidez das
plantas sendo essas condições pouco usuais nos meses de abril em diante
notadamente em cafeicultura de sequeiro ou com manejo insuficiente de
irrigação.
OBS2:
Todos esses inseticidas possuem registro para a cultura do Café.
OBS3:
As doses utilizadas neste experimento nem sempre são as recomendadas pelo
fabricante utilizamos as doses que vem sendo recomendadas na cafeicultura
prática. Atenham-se para as doses utilizadas no trabalho!
Dados
em Tabelas:
Infestação em larva
viva (%)
Época
28/04/2020
8/05/2020
3/06/2020
10/06/2020
24/06/2020
3/07/2020
Testemunha
14.2
b
14.4
a
15.6
a
25.3
a
26.9
a
10.8
a
Altacor (120 g/ha)
12.9
b
14.4
a
8.6
bc
13.9
ab
9.7
b
14.2
a
Durivo (500 ml/ha)
15.8
ab
15.0
a
10.8
abc
12.8
ab
12.8
ab
11.9
a
Voliam (500 ml/ha)
17.1
ab
11.7
a
8.9
bc
13.1
ab
16.1
ab
13.9
a
Sivanto (1000 ml/ha)
15.0
b
13.1
a
15.0
ab
18.9
ab
9.7
b
15.6
a
Revolux (500 ml/ha)
22.1
a
13.3
a
9.2
abc
8.1
b
7.2
b
11.7
a
Benevia (1000 ml/ha)
18.8
ab
15.3
a
5.6
c
15.0
ab
13.6
ab
6.7
a
*Em
amarelo as datas das aplicações.
**Teste
de Tukey à 5%.
DAA1ª (Dias após a
primeira aplicação)
Eficácia em larvas vivas
(%)
0*
10*
36
43*
57
66
Altacor
(120 g/ha)
9
0
45
45
64
0
Durivo
(500 g/ha)
0
0
30
49
53
0
Voliam
(500 g/ha)
0
19
43
48
40
0
Sivanto
(1000 ml/ha)
0
10
4
25
64
0
Revolux
(500 ml/ha)
0
8
41
68
73
0
Benevia
(1000 ml/ha)
0
0
64
41
49
38
*Em
amarelo as datas das aplicações.
*Destaque
em negrito para as eficácias acima de 60%.
b) Competição de inseticidas de “choque”:
*Doses
em ml ou g.
Os
inseticidas do tipo “choque” em sua maioria foram mais eficazes na redução
das folhas minadas e folhas minadas com larvas vivas que os inseticidas
elaborados nas condições do presente estudo basta ver os índices atingidos
nas avaliações 36 DAA1ª em diante após uma sequência de duas pulverizações.
Com
o maior destaque ficou o inseticida Pirate (sem registro portanto não podendo
ser recomendado) que reduziu acentuadamente os níveis logo aos 36 DAA1ª e os
manteve baixos (inferiores à 5%) até o final do estudo sem qualquer indicativo
de re infestação mesmo 23 DAA3ª (66 DAA1ª). No entanto este inseticida não
apresenta registro para a cultura do café e portanto não pode ser utilizado na
cafeicultura.
Em
segundo lugar a maior eficácia foi obtida por Curyon. Em terceiro lugar a maior
eficácia foi obtida por Galil. Sperto ficou similar a Cartap e a Danimen em
quarto lugar. Decis Premiere 700G e Lanate podem ser descartados para o
controle de bicho mineiro em vista dos demais produtos testados terem tido
eficácias bem maiores.
OBS:
Estes inseticidas devem ser utilizados como “esterelizantes” reduzindo a
pressão da praga inicial antes de iniciar as aplicações dos inseticidas
“elaborados”. Podem ser utilizados associados também. Recomenda-se a aplicação
desse tipo de inseticidas em algumas situações por exemplo:
A)
Entre a colheita e o momento de aplicação preventiva via solo que ocorre
geralmente em novembro (poucas chuvas e temperaturas elevadas).
B)
Após o início de perda de controle dos inseticidas elaborados que foram
aplicados em fevereiro/março que geralmente ocorre em abril em diante.
C)
Quando se perde o controle da situação devido ao mal planejamento no manejo de
pragas.
OBS2:
Nem todos esses inseticidas possuem registro para a cultura do Café e acham-se
no trabalho com finalidade experimental.
OBS3:
As doses utilizadas neste experimento nem sempre são as recomendadas pelo
fabricante utilizamos as doses que vem sendo recomendadas na cafeicultura
prática. Atenham-se para as doses utilizadas no trabalho!
Dados
em Tabelas:
Infestação de Larvas
vivas (%)
Época
28/04/2020
8/05/2020
3/06/2020
10/06/2020
24/06/2020
3/07/2020
Testemunha
14.2
abc
14.4
a
15.6
a
25.3
a
26.9
a
10.8
a
Pirate
1000 (ml/ha)
17.5
abc
12.8
a
3.6
a
4.7
d
2.2
c
2.8
a
Cartap
(1000 g/ha)
16.3
abc
10.8
a
5.6
a
20.0
abc
8.9
bc
7.8
a
Danimen
(500 ml/ha)
16.7
abc
11.9
a
5.6
a
18.9
abc
14.7
abc
10.3
a
Decis
(1000 ml/ha)
14.6
abc
10.6
a
8.1
a
18.6
abc
10.3
bc
13.1
a
Lanate
(1000 ml/ha)
19.2
a
14.4
a
8.6
a
21.4
ab
14.7
abc
10.8
a
Sperto
(200 g/ha)
16.3
abc
11.1
a
6.4
a
14.4
abcd
8.3
bc
13.1
a
Galil
(1000 ml/ha)
18.8
ab
13.6
a
5.3
a
12.8
bcd
6.7
>
bc
7.2
a
Curyon
(1000 ml/ha)
11.7
c
10.0
a
5.3
a
8.6
cd
7.2
bc
5.3
a
Premiere
(400 g/ha)
12.1
bc
11.9
a
14.4
a
16.7
abc
20.8
ab
10.8
a
CV
(%)
15
24
57
25
41
41
*Em
amarelo as datas das aplicações.
**Teste
de Tukey à 5%.
Eficácia em larvas
vivas (%)
DAA1ª (Dias após a primeira
aplicação)
0*
10*
36
43*
57
66
Pirate
(1000 ml/ha)
0
12
77
81
92
74
Cartap
(1000 g/ha)
0
25
64
21
67
28
Danimen
(500 ml/ha)
0
17
64
25
45
5
Decis
(1000 ml/ha)
0
27
48
26
62
0
Lanate
(1000 ml/ha)
0
0
45
15
45
0
Sperto
(200 g/ha)
0
23
59
43
69
0
Galil
(1000 ml/ha)
0
6
66
49
75
33
Curyon
(1000 ml/ha)
18
31
66
66
73
51
Premiere
(400 g/ha)
15
17
7
34
23
0
*Em
amarelo as datas das aplicações.
*Destaque
em negrito para as eficácias acima de 60%.
Tratamentos
promissores:
Estudo A
Dias
após a primeira aplicação
Dias
após a segunda aplicação
Tratamentos
Tipo
0
15
25*
15
30
45
Larvas
vivas (%)
10
18
6
12
29
11
Eficácia
no controle (%)12
Cartap
+ Danimen
Choque
15
16
18
53
28
0
Altacor
Elaborado
22
20
0
22
9
0
Sivanto
Prime
Elaborado
35
40
7
64
2
0
Altacor
+ Pirate
Choque
+ Elaborado
26
52
21
88
86
41
*Re
aplicação com 25 DAA1ª
O produto elaborado Altacor aplicado isoladamente não
foi eficaz para bicho mineiro quando a pressão é elevada (2 aplicações em
intervalo de 25 dias).
O produto elaborado Sivanto foi superior ao produto
elaborado Altacor.
O produto de choque Cartap + Danimen aplicado somente
duas vezes não foi eficaz para o controle de bicho mineiro.
A associação do produto elaborado Altacor com o
produto de choque Pirate foi o tratamento mais eficaz para controle de bicho
mineiro pois atingiu os maiores índices de eficácia cinco das seis avaliações
além de ter sido o único com eficácia aos 45 DAA2ª. Pode-se ainda fazer
associações substituindo o Altacor por Sivanto Prime ou ainda por Benevia ou
Revolux ou Voliam Targo vide o ensaio principal do presente relatório e o
Pirate por Cartap + Danimen ou ainda por Curyon vide o ensaio principal do
presente relatório visto que o Pirate não possui o registro para o café.
Estudo B
Dias após a primeira aplicação
Tratamentos
Tipo
7
14*
21
28
Larvas vivas (%)
17
24
18
17
Eficácia no controle (%)12
Altacor
(90 g/ha)
Elaborado
6
21
27
0
Sperto
(300 g/ha)
Choque
químico
7
3
45
14
Matrine
(1 L/ha) Extrato etanólico de Sphoia flavescens (cc1905 g/L)
Ocorreu aumento da eficácia dos tratamentos choque químico ou biológico com a associação com a Abamectina.
A opção de choque biológico se comportou similarmente a de choque químico sendo uma opção a mais para o plantel de controles além dos benefícios trazidos por ser um produto não químico.
O produto Matrine biológico torna-se uma ótima opção para rotação de ativos principalmente para ser utilizado nos períodos próximos ou até mesmo durante a colheita do café visto que não apresenta residual.
Visto que o produto Sperto foi o terceiro colocado no ensaio principal do presente relatório e a opção biológica desse experimento comportou-se de forma similar pode-se fazer a substituição de um pelo outro nas associações futuras.
Aqui se faz um adendo de que no ensaio principal do presente relatório utilizou-se 200 g/ha de Sperto e neste 300 g/ha de Sperto quantidade que eleva sua eficácia vide outros ensaios que já instalamos e já estão publicados.
Figura. Diferença entre os tratamentos tratados contra bicho
mineiro (direita) e testemunha (esquerda) (demonstração da alta pressão da
praga). Note que na foto neste tratamento (direita) não foi feito a ajuste
para a pulverização específica para o terço superior da planta podendo ser
notada desfolha no ponteiro.
Observações
conclusivas:
Nos ensaios que se utilizou 660 L/ha contra o padrão 400 L/ha os resultados foram superiores.
Nos ensaios que se utilizou os ramais auxiliares os resultados foram melhores como se vê a seguir:
Para o Cerrado e demais regiões com pressões semelhantes o intervalo de re aplicação das pulverizações foliares de produtos de “choque” deve ser inferior à 20 dias. Para os produtos “elaborado” a re aplicação deve ser em intervalo inferior à 30 dias desde que seja feita duas aplicações não necessariamente do mesmo produto. Para a mistura de “choque” mais “elaborado” a re aplicação deve ser feita com intervalo menor de 45 dias.
A experiência prática mostra que em regiões quentes com temperatura média superior à 215ºC tais como Norte de Minas Goiás Oeste da Bahia a re aplicação de produtos via folha principalmente os de “choque” deve ser de 15 dias.
Soprar as folhas presentes em baixo da saia dos cafeeiros e posterior trituração auxiliou no controle por destruir focos oriundos de pupas.
Plantar nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) auxilia no controle de bicho mineiro pois abriga o bicho lixeiro (crisopídeos).
O efeito da aplicação preventiva em novembro/dezembro dos produtos via solo não tem durado mais de 100 dias a não ser no caso do uso de doses mais elevadas como no exposto a seguir:
Aqui foram trabalhadas doses até 100% maiores que a dose de bula com sucesso até 150 dias após a aplicação única.
No
caso das re aplicações via solo no mês de fevereiro as eficácias são menores
visto que a pressão de fevereiro em diante é maior que a de novembro em diante
devido ao período seco ausência de chuvas e menor metabolização das plantas de
abril em diante. Este trabalho foi publicado no 43º Congresso Brasileiro de
Pesquisas Cafeeiras por Santinato F. (2017) realizado em Patos de Minas MG.
A
aplicação preventiva via solo deve ser preferencialmente feita via drench e não
via fertirrigação de gotejo pois há perda de eficácia. No caso da aplicação via
fertirrigação em pivô LEPA a eficácia é maior que no gotejo e pode ser
utilizada. Para drench a cobertura de folhas em baixo da saia dos cafeeiros
deve ser eliminada com o auxilio do “raspador” como se vê na foto a seguir:
O
momento ideal de pulverização é variável conforme o regime de chuvas e o
tratamento via solo escolhido geralmente sendo necessárias aplicações em
fevereiro abril maio junho e também em outubro (no caso de anos com demora
para a retomada das chuvas como foi o caso de 2019 no Cerrado mineiro).
Para
as condições de Cerrado indica-se duas aplicações preventivas via solo em
novembro e fevereiro além das aplicações via foliar com as estratégias
mencionadas. Há produtos preventivos via solo que devem ser aplicados uma única
vez em novembro/dezembro como o Flupirodifurona (200 g/L) – Sivanto Prime.
Para
condições ainda mais severas de bicho mineiro (temperatura média >215ºC)
como no Norte de Minas Oeste da Bahia e Goiás indica-se até três aplicações
preventivas via solo além das pulverizações. Isso não só pela maior pressão da
praga mas também pelo maior crescimento vegetativo das plantas cerca de 40%
maior que em áreas de clima mais ameno (Santinato & Santinato 2019) de
forma que a diluição do produto no interior da planta é maior perdendo o
efeito mais rapidamente em decorrência do surgimento de novas folhas
praticamente o ano todo.
Para
as condições mais brandas de bicho mineiro muitas vezes somente uma
pulverização via foliar geralmente em fevereiro/março ainda com a planta
turgida de quaisquer dos inseticidas “elaborados” testados no ensaio principal
do presente relatório foram suficientes para o controle da praga. O que
dispensa o uso de inseticidas do tipo “choque” não seletivos preservando os
inimigos naturais.
Como
conclusão final é importante pensar no manejo integrado de todas ou das
principais pragas que afetam o cafeeiro na região que se está trabalhando. O
período de aplicação via foliar de inseticidas para bicho mineiro muitas vezes
coincide com o período de aplicação de inseticidas para broca-do-café e/ou de
ácaros de forma que caso consiga optar por um ou mais inseticidas que tenha
ação em mais de uma praga haverá economia nas aplicações.
Ano
que vem faremos a continuação dos ensaios com as misturas sugeridas e outra
rede de ensaios focando no controle preventivo via solo qual o melhor?