As fontes de N mais utilizadas na cafeicultura são ureia nitrato de amônio e sulfato de amônio podendo ser aplicadas em cobertura e em fertirrigação. Há relatos de alguns trabalhos que evidenciam o efeito negativo da salinização dos solos nos bulbos de irrigação em sistemas de gotejamento principalmente quando utilizam-se de lâminas com pouca água. Em sistemas de irrigação via pivô não há relatos devido ao bulbo maior maior quantidade de água aplicada e etc. Ocorre queima morte de radicelas e até o impedimento de que elas se desenvolvam reduzindo o sistema radicular e consequentemente o aproveitamento de nutrientes e água. Também há a ocorrência de sintomas de excesso de Mn nas lavouras devido a redução do pH índice de saturação de bases e aumento nos teores de Al e Mn na área do bulbo. Tais ocorrências as vezes passam despercebidas pelos agrônomos que retiram amostras de solo de forma convencional não verificando amostras separadas para os bulbos. Diante disto decidiu-se avaliar as implicações no solo decorrentes da aplicação de fertilizantes via fértil e em cobertura em lavouras de café. Utilizou-se uma lavoura de café de Catuaí Vermelho IAC 144 plantada em dezembro de 2013 portanto entre a 4ª e a 5ª safras no momento da instalação do trabalho no início das águas de 2018 irrigada via gotejamento com vazão de 1.75 L/h gotejadores distanciados em 0.6 m com lâminas conforme os cálculos de evapotranspiração propostos por Santinato & Fernandes (2008) plantada no espaçamento de 4 x 0.5 m e com expectativa de produção de 40 sacas/ha. Os tratamentos estudados foram uma testemunha (T1) Sulfato de amônio via fertirrigação e cobertura (T2 e T3); ureia via fertirrigação e cobertura (T4 e T5); Nitrato de amônio via fertirrigação e cobertura (T6 e T7) e Ciclus em cobertura (T8). O nível de N utilizado foi de 400 kg/ha. As adubações de cobertura foram feitas em três parcelamentos e as fertirrigações em 15. Os tratamentos foram dispostos em blocos ao acaso com quatro repetições em parcelas de 10 plantas. Avaliou-se a condutividade elétrica pH e a liberação de NO3- na solução do solo todos eles medidos por extrator de solução em até 10 avaliações.
Resultados e conclusões:
Comparando as tecnologias fertirrigação e adubação de cobertura as fontes em fertirrigação obtiveram níveis de NO3- no solo cerca de 7 vezes maiores que no sistema de adubação de cobertura a condutividade elétrica foi de 5 a 10 vezes maior no sistema de fertirrigação e o pH foi mais ácido. No sistema fertirrigado entre as fontes notou-se que o nitrato obteve os maiores valores de NO3- o sulfato de amônio os maiores valores de condutividade elétrica e as diferenças entre as fontes para o pH foram pequenas. No sistema de adubação por cobertura a fonte Ciclus se destacou por manter os valores de pH adequados com pequenas reduções em relação a testemunha e a condutividade elétrica constante exceto do dia 2 de janeiro quando houve um pico de aumento provavelmente devido a maior liberação naquele período. Embora não presentes neste resumo notou-se que a fonte Ciclus manteve a liberação de N constante nas camadas mais superficiais do contrário as demais fontes que aprofundaram o N ou seja ficaram passíveis de perdas por lixiviação.
Conclusões:
1 – A acidificação do bulbo ocorre acentuadamente em cafeeiros fertirrigados que utilizam ureia nitrato de amônio ou sulfato de amônio mesmo com apenas um ciclo de adubações.
2 – As adubações de cobertura não promovem valores elevados de conduitivade eletrica com destaque para o opção do Ciclus de lenta e programada liberação. 3 – O estudo continuará para verificação dos efeitos a longo prazo.
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Publicado no 45º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras